
Sónia Cruz tem 44 anos, é de Tomar, e está a concretizar a sua primeira exposição individual de pintura na biblioteca municipal de Tomar.
A exposição foi inaugurada a 13 de dezembro na sala do espaço internet e pode ser visitada até ao final de fevereiro.
Licenciada em psicologia clínica, Sónia tem alguns problemas de saúde e utiliza a criatividade artística da pintura como forma de terapia. “Sinto-me bem quando pinto. Foi sempre um gosto pintar”, confessa.
Iniciou-se nas artes deste muito nova. Aos 14 anos frequentou um curso de azulejaria no Convento de S. Francisco em Tomar e aos 16, quando estudava arte e design no 10º ano, descobriu que tinha muito jeito para a pintura. Ganhou-lhe o gosto e desde então, sempre que pode e quando sente mais inspiração, transpõe para as telas a sua arte criativa.
Começou por pintar a olhar e a tentar reproduzir a tinta as fotografias da revista francesa Photo. Gosta mais de pintar nus femininos e arte fúnebre, como por exemplo, a estatuária dos anjos que há nos cemitérios.
Quanto a influências, diz que vai beber aos grandes mestres como Matisse, Picasso ou Chagall.
Começou por pintar com pastel de óleo em que, com as mãos, espalhava a tinta, técnica que usou durante muitos anos. Até que, na Universidade Sénior, que frequenta, descobriu a aguarela, técnica a que juntou acrílico e óleo.
A exposição na biblioteca é a sua primeira individual, mas já participou em coletivas em Lisboa, em Sevilha e nas Astúrias, resultado de concursos de pintura. É com orgulho que diz ter um quadro seu numa exposição permanente no banco Rothschild em Lisboa.
Foi uma funcionária da biblioteca que a desafiou a expor ali os seus trabalhos num total de 13, 10 a acrílico e três a óleo, de temáticas variadas.
O seu próximo desafio é fazer uma exposição com telas grandes, sobre as figuras dos desenhos animados clássicos e cenas do imaginário de Tim Burton.
Mas antes, já está a preparar uma série de quadros a aguarela sobre Tomar, a cidade onde nasceu, na qual pretende retratar aspetos das ruas, fachadas, janelas, monumentos, que vão resultar numa exposição a ter lugar na biblioteca, ainda sem data marcada.
Quem se der ao cuidado de por lá passar e prestar atenção, certamente constatará, como eu vislumbrei, que ali há muita qualidade.
Um traço de génio.