
João Miguel Bonito publicou no Facebook uma Carta aberta ao Centro Hospitalar Médio Tejo a propósito dos problemas que o seu pai enfrentou nos hospitais de Torres Novas e Abrantes.
É essa carta aberta que transcrevemos a seguir:
“Carta aberta ao Centro Hospitalar Médio Tejo – Hospital Torres Novas e Abrantes
1 de novembro de 2023, 21 horas e 20 minutos, o meu pai faleceu na unidade de Pneumologia do Hospital de Torres Novas, vítima da malvada doença da moda cancro. Tinha 79 anos.
Ainda parece um pesadelo e dou por mim a agir e a ter atitudes como se ele ainda, fisicamente, estivesse entre nós. É duro. Mas ainda mais duro é redigir estas linhas, pois não era certamente de sua concordância que eu o estivesse a fazer, visto a sua vida toda ter sido marcada pela passividade e discrição.
O meu pai, no geral, sempre foi uma pessoa relativamente saudável, tendo passado, no entanto por algumas intervenções na próstata, cateterismo, colocação de pacemaker e intervenção a hérnia, mas isto em idade já avançada, sempre com as análises anuais ou semestrais a fazer inveja a muitos. Era extremamente cuidadoso com a sua saúde.
Em agosto deste ano, o Covid atravessou-se no seu caminho e desde então apresentava algum cansaço e falta de apetite, tendo que provocar vómito para se sentir bem, perdendo algum peso dia após día. A falta de médico de família e o convite no centro de saúde de Alcanena a abancar às 3 da manhã para conseguir vaga, levaram-no a uma consulta particular e a realizar análises e ecografia. Saído o resultado das análises e a apresentação de um dos valores totalmente alterados, encaminharam-no de imediato às urgências de Torres Novas, onde fizeram análises, com os mesmos valores altíssimos, enviando-o para casa. Continuava a não apresentar melhorias, voltámos à urgência a Torres Novas e a enfermeira na triagem, desvalorizou por completo as análises, dizendo que não eram valores para alarme e que “o senhor não está para morrer”. O médico, simpático, sem dúvida, disse-lhe que havia doentes mais urgentes para internamento e que não podia ficar com ele internado. Voltou para casa. Piorou. Foi então que me fiz à autoestrada e pedi ajuda em Abrantes. Na triagem perguntaram-me como é que em Torres Novas não tinham visto aqueles valores! Eu disse, que os papeis eram os mesmos. Ficou internado e de lá saiu para Torres Novas, medicina 5 A e veio a falecer, após dias de internamento, em Pneumologia. Está sepultado em Alcanena.
Publicamente quero agradecer do fundo do coração todo o carinho, afeto, tratamento, profissionalismo, dedicação, interesse e demais cuidados que o meu pai teve, desde a entrada em Abrantes até ao seu falecimento. TODOS, sem exceção foram Humanos. Foram profissionais, competentes. O meu muitíssimo obrigado. Diariamente saía do hospital, preocupado com o seu estado de saúde, mas de coração tranquilíssimo, visto estar a ser feito tudo o que havia a fazer. Não esqueço também a equipa de segurança, nem a pessoa da cafetaria, que nos consegue confortar nestes difíceis dias. Não foram muitos, cerca de 15. Mas foram duros e penosos.
Quero deixar uma mensagem à srª enfermeira (escrevi srª com letra minúscula, visto não ser merecedora do título) que fez a triagem ao meu pai, na sua segunda ida ao hospital de Torres Novas, para que reflita e pense nas palavras que lhe disse quando o recebeu. Não sei quem foi, nem quero saber, mas certamente que se ler estas linhas, ficará com um peso na consciência. Que lhe sirva de lição e que sirva para corrigir os seus futuros atos. Pedem-nos que estejamos com os profissionais de saúde. E estamos. Mas quando nos queixamos, há que pensar e refletir que nem todas as queixas são iguais. Que o Conselho de Administração do Centro Hospitalar converse com esta profissional e lhe mostre que não é assim que se tratam os doentes, que não se olha para umas análises de qualquer maneira, desvalorizando valores, completamente alterados e dizendo que os médicos alarmam demais os pacientes. Pois é minha srª, o meu pai está morto! Acredito que o não iria salvá-lo! Mas pelo menos deixava de manchar a qualidade do serviço prestado pelo centro hospitalar neste caso. Agradeço também a simpatia do médico que o recebeu, sem dúvida profissional e interessado, mas relembrar que a cama que ele disse fazer falta a outros doentes mais urgentes, para não poder internar o meu pai, um deles era ele, urgente, mas veio para casa e cá morreria.
Mais uma vez MUITO OBRIGADO A TODOS”.
João Miguel Ferreira da Silva Bonito
Esse hospital é uma péssima referencia de saúde em Portugal. Precisei por 2x atendimento na triagem por uma senhora de óculos fundo de grau, muito mal educada, ignorante e de péssimo humor. Além de não ter atendido, tive que ir embora sem atendimento algúm e ainda chegou uma conta desse hospital para pagar. Liguei para o hospital perguntando o porque da cobrança sem atendimento, a telefonista simplesmente me disse “todas vocês ligam para dizer a mesma coisa. total descaso.
A outra vez precisei ir ao hospital pq estava com um cisto de Bartolini (parte ginecológica) a médica nunca tinha ouvido falar, chamou um colega, tive que ficar nua para o tal colega ver. A doutora pediu um encaminhamento urgente para Abrantes. O hospital simplesmente me ligou marcando uma consulta quase 4 meses depois e no mesmo hospital de Torres Novas. conclusão? tive que pagar uma outra consulta.
Espero nunca mais ter que pisar em um ambiente tão degradante como esse.