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A mensagem angustiada de despedida de Francisco

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O jovem de 22 anos que pôs termo à vida na madrugada desta quarta feira, dia 23, na barragem de Castelo de Bode, publicou uma mensagem no Instagram minutos antes do ato.

A conta de Francisco Giovetti no Instagram é privada e só os amigos é que têm acesso a essa mensagem na qual tenta justificar o que o levou a cometer suicídio.

Começa por fazer uma auto-análise à sua personalidade: “Desde de pequeno sempre me senti diferente, sempre me senti especial, egocêntrico perdido na minha própria cabeça”.

Diz que sempre teve “medo e desconfianças de todas as pessoas”, como se todos estivessem contra si ou não gostassem de si, referindo que herdou estes problemas do pai.

“Eu sempre fui aquilo que vocês queriam que eu fosse”, (…) “Eu tinha bondade no meu coração e ódio na cabeça”, justifica.

Termina a mensagem desculpabilizando a mãe, que lhe deu “uma educação exemplar” só que ele é que “nunca se enquadrou”. Ao pai diz que sempre o viu como “um exemplo”, o seu “maior orgulho”, a quem pede “desculpa não ter sido forte o suficiente”.

 

“Desde de pequeno sempre me senti diferente, sempre me senti especial, egocêntrico perdido na minha própria cabeça, desde que me lembro de ser gente sempre tive medo e desconfianças de todas as pessoas, como se todos estivessem contra mim ou não gostassem de mim, ironicamente sempre fui bem aceite por toda a gente, mas na minha cabeça estavam todos contra mim mesmo quem me quisesse ajudar, acho que só mesmo o meu pai percebe o que estou a dizer se calhar por ter herdado os mesmos problemas que ele só que não consegui ser tão forte, nunca pedi ajuda a ninguém, nunca falei com ninguém.

Combati este medo/ódio por pessoas com arrogância, ironia e algumas piadas. Para não me sentir tão mal comigo mesmo gozei com outros e dei a entender que era violento quando nunca fui, era a minha forma de defender. Todos se lembram de mim com um sorriso na cara, nunca ninguém me chegou a conhecer, eu sempre fui aquilo que vocês queriam que eu fosse. Acredito que tivesse problemas na cabeça, eu não falava por medo via toda a gente como inimigos apesar de toda a gente querer o meu bem. Cheguei do ponto que não conseguia ter uma conversa sem me sentir atacado, sentia que estavam sempre todos a olhar para mim e a julgar me. Sei que a maior parte das pessoas não vai compreender esta decisão.

Eu tinha bondade no meu coração e ódio na cabeça. Acredito que tenha feito muitas pessoas sofrer mas a que mais me arrependo é mesmo a minha mãe que sempre fez de tudo por mim, deu me uma educação exemplar, a culpa não é tua, o teu filho nunca se enquadrou. Pai sempre te vi como um exemplo meu maior orgulho desculpa não ter sido forte o suficiente”.

Porquê?






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Serviços telefónicos de apoio emocional e prevenção ao suicídio em Portugal: (ou) Se estiver a sofrer com alguma doença mental, tiver pensamentos auto-destrutivos ou simplesmente necessitar de falar com alguém, deverá consultar um psiquiatra, psicólogo ou clínico geral. Poderá ainda contactar uma destas entidades:

SOS Voz Amiga (entre as 16h e as 24h) – 213 544 545 (Número gratuito)

– 912 802 669 – 963 524 660

Conversa Amiga (entre as 15h e as 22h) – 808 237 327 (Número gratuito) e 210 027 159

SOS Estudante (entre as 20h e a 1h) – 239 484 020 – 915246060 – 969554545

Telefone da Esperança (entre as 20h e as 23h) – 222 080 707

Telefone da Amizade (entre as 16h e as 23h) – 228 323 535

Todos estes contactos garantem anonimato tanto a quem liga como a quem atende. No SNS24 (808 24 24 24 – depois deve selecionar a opção 4), o contacto é assumido por profissionais de saúde. A linha do SNS24 funciona 24 horas por dia.

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