Militares do Regimento de Engenharia de Tancos vão demolir o depósito de água da Peralva, na freguesia de Paialvo, através de implosão com recurso a explosivos, que está marcada para esta terça feira, dia 4 de outubro às 16h00.
A decisão foi tomada pela câmara de Tomar com o argumento de que a estrutura se encontra “fora de uso” e em “avançado estado de degradação”.
Para a demolição a autarquia contratou os serviços dos militares por 7.300 euros.
Os trabalhos preparatórios para a implosão vão decorrer de 28 de setembro a 4 de outubro.
Considerado um ex-libris da freguesia de Paialvo, os moradores lamentam a demolição porque o depósito faz parte da história coletiva da freguesia. Já em 1960 quase todas as aldeias da freguesia tinham água canalizada.
A junta de freguesia chegou a propor que o depósito fosse utilizado como torre de vigia contra incêndios, mas a câmara optou pela demolição.
CULTURA E TERRITÓRIO
Aquele depósito faz parte da paisagem e das vidas de muita gente.
Uns subiram lá a cima só para provar que já eram grandes e valentões.
Alguns chegaram a “ir ao banho” lá dentro.
A construção daquele referente fez parte de um desenvolvimento, no antigo regime, que tirou a região de um atraso de séculos.
Já que ele vai desaparecer, se houvesse alguém com um mínimo de preocupação pela nossa história, a nossa cultura, a nossa identidade (não é na Câmara que há não sei quem relacionado/a com não sei quê da cultura?), se houvesse esse alguém, o assunto não se apagaria assim, despercebido.
Fica talvez o arquivo do “Tomar na Rede”. Ou alguma gravação que alguma rádio local queira fazer.
Aquele depósito, aquela presença na paisagem diz cem vezes mais em termos em termos de ligação ao território que algum dia aquele monstruosidade da Várzea Grande dirá a quem quer que seja.
Não se esqueça de ir todos os anos a Santa Comba pôr um raminho de flores na campa do seu padrinho.