- Patrocínio -
Cinco meses depois, a câmara de Tomar repôs os projetores da Sinagoga de Tomar que tinham sido destruídos por um ato de vandalismo.
Foi no primeiro fim de semana de setembro de 2021 que foram destruídos cinco projetores num incompreensível ato de vandalismo.
Com recurso a uma pedra pontiaguda, os autores partiram os vidros e as lâmpadas dos projetores embutidos no chão em frente ao monumento, na rua Joaquim Jacinto, em pleno centro histórico de Tomar.
Este sistema de iluminação tinha sido instalado durante as recentes obras de requalificação da Sinagoga.
Ato de vandalismo? Sem dúvida. Censurável? Certamente. E que tal pensar mais um bocadinho, ir um pouco mais fundo e mais adiante? Pode muito bem ter-se tratado de mero protesto contra a evidente estupidez camarária, que tudo transforma em propaganda.
Que há para realçar na fachada daquele templo judaico, do qual só resta metade? A fachada é moderna e a porta é falsa. A primitiva era a nascente e ainda lá estão as cantarias.
Desde a origem, e depois devido às sucessivas perseguições, o judaísmo sempre foi uma religião muito discreta, cujos templos não ostentam quaisquer sinais exteriores da sua função. Mesmo em Israel ou em Amsterdam (Holanda) na chamada Sinagoga portuguesa. Nestas condições, a decisão camarária de mandar instalar projetores caros é um atentado ao bom senso, um monumento à ignorâncias tomarense, além de puro desperdício. Agora só lhes falta pintarem a fachada de S. João de vermelho sangue, por causa da paixão de Cristo. Não tarda?
A iluminação de fachadas de edifícios históricos (e só estes o deviam ser… e não toda a noite) não deve ser feita desta maneira. Iluminar de baixo para cima – não é sustentável – e são focos de Poluição Luminosa (PL), para além de produzirem ofuscamento à nossa visão. Até pode ser bonito, mas são estes tipos de coisas “bonitas” com negativos efeitos no ambiente – que nos colocaram numa situação periclitante – face ao futuro, e mesmo já no presente. Conseguimos ser um dos Países com maior PL na Europa; o desperdício de electricidade (bem cara por sinal) na iluminação excessiva (que é contraproducente) e muitas vezes mal feita é completamente irracional. Temos de mudar para sistemas eficientes e poupar recursos – que são cada vez mais escassos, como estamos agora a verificar/viver com a água.