
André Ribeiro, de 38 anos, o único dos cinco militares da GNR de Odemira condenado a prisão efetiva por agressões e sequestro a imigrantes nepaleses, está preso no estabelecimento prisional militar de Tomar.
Desde meados do corrente ano que o militar está a cumprir seis anos de prisão por cinco crimes: um de violação de domicílio, dois de ofensas à integridade física e dois de sequestro.
Foi detido, com os outros quatro camaradas, no dia 8 de maio de 2019 pela PJ de Setúbal, tendo ficado em prisão domiciliária. Entretanto foi expulso da GNR.
Os cinco militares foram julgados por um Coletivo de Juízes do Tribunal de Beja, tendo em 30 de julho de 2020 André Ribeiro sido o único condenado, em cúmulo jurídico, a seis anos de prisão.
Os factos tiveram início na noite de 30 de setembro de 2018 no decurso de um jantar no restaurante Mar Azul, em Almograve e prolongaram-se na residência das vítimas na vizinha localidade de Longueira. No repasto estava André Ribeiro, do Posto Territorial de Odemira e posteriormente chegaram os restantes quatro militares do Posto Territorial de Vila Nova de Milfontes.
Aquando do julgamento, André foi ó único condenado a pena de prisão efetiva e os restantes a penas suspensas na sua execução e todos suspensos de funções. Todos os arguidos recorreram para o Tribunal da Relação de Évora que manteve todas as decisões da 1ª Instância, mas mandou reintegrar os quatro militares com pena, enquanto que Ribeiro recorreu para o Constitucional que não apreciou o recurso, o que após o trânsito em julgado se traduziu na condução do arguido para EPMTomar para cumprir a pena.
Aquando da detenção dos cinco militares a PJ de Setúbal apreendeu-lhes os telemóveis que levou à descoberta de novas agressões a imigrantes asiáticos que terminou na acusação de sete militares do Posto Territorial de Vila Nova de Milfontes. Daquele grupo inicial há três militares envolvidos sendo que dois foram novamente suspensos de funções e há um terceiro a aguardar a mesma decisão.