
Aqui em Tomar existiu uma cidade de tamanho médio na época islâmica conforme comprovam os vestígios encontrados do castelo à zona urbana, defende o arqueólogo Carlos Batata na sua mais recente versão da Carta Arqueológica do Concelho, “As origens de Tomar”.
O livro, editado pela câmara e que resulta do trabalho feito para a revisão do Plano Diretor Municipal (PDM) em 2017, foi apresentado neste domingo, dia 18, no complexo da Levada
Carlos Batata frisou que esta edição está muito mais completa e atualizada do que a primeira, lançada em 1997. Desde então e sobretudo já neste século “houve um boom de achados arqueológicos”, sublinha, acrescentando que “a quantidade de informação é enorme”.
Na região de Tomar há vestígios de épocas tão longínquas e diversas como o paleolítico, neolítico, calcolítico, entre outras.
Para o arqueólogo existiram no concelho dois grandes povoados: um na zona urbana de Tomar sobretudo no centro histórico e outro na zona da Fonte Quente, numa área de 20ha que foi parcialmente escavada antes da construção do IC9.
Na sua intervenção fez referência ao Fórum romano e aos achados arqueológicos que foram sendo encontrados desde a Alameda à igreja de Santa Maria do Olival, passando por aquilo que identificou como sendo termas sagradas, junto ao pavilhão.
Destacou a enorme quantidade de silos (depósitos subterrâneos para armazenamento de produtos) encontrados no centro histórico (160) .
O que mais o surpreendeu nas últimas escavações foi a forte presença islâmica que existiu em Tomar, antes de Gualdim Pais e depois dos romanos.
Perante autarcas da câmara, deixou um alerta para a importância da arqueologia. “Temos uma riqueza muito grande que importa acautelar”, defendeu.
O livro custa 15 euros e está à venda no edifício do turismo.