Opinião
Está explicado o muro
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A autarquia tomarense é, como se sabe, de muito poucas falas na área da informação. Só diz o que lhe convém e através dos canais amigos, previamente lubrificados. Por ser assim, os eleitores nabantinos ainda não sabem se o previsto muro divisório entre o Bairro calé e a GNR é para proteger a comunidade cigana, ou para dificultar a eventual acção daquela força pública, se e quando chamada a intervir.
Felizmente, mesmo sendo um país pequeno, Portugal oferece uma bela variedade de paisagens, de gentes e de situações. Aqui bem perto, em Leiria, a câmara local acaba de gastar meio milhão de euros para reabilitar 18 alojamentos ocupados pela comunidade cigana. (Bem sei! Bem sei! Em Tomar são só 5 alojamentos e um pavilhão administrativo. Mas já pensou que Leiria tem 113 mil eleitores e Tomar apenas 34 mil?).
Os governantes leirienses reabilitaram e acrescentaram um muro de 2 metros de altura. Para dividir o terreno, afirma a vereadora do pelouro. Para isolar os ciganos, dizem alguns membros da comunidade. Mas o melhor é mesmo ler a notícia completa, que andar informado faz bem à saúde:
Gualdim Porque Sim
A câmara de Leiria atribuiu ao BAIRRO MISTO agora em causa o sugestivo topónimo de Bairro da Integração. Que nome vai a câmara de Tomar atribuir ao popularmente conhecido “Bairro calé”? A pergunta faz todo o sentido porque a actual designação de Centro de acolhimento temporário não convence ninguém. Nem virá a convencer. Trata-se de uma evidente traição à verdade, destinada a contornar a legislação oficial em vigor, a qual proíbe a edificação de alojamentos só para determinada etnia, neste caso os ciganos.
O que se fez em Leiria, se fosse em Tomar, o que diriam, pobre gente.
Quando li que “está explicado o muro”, sempre pensei que se referissem ao Palácio de São Bento, onde foi erguido um muro para proteger os polícias manifestantes, do que possa vir lá de dentro.
Claro que o Município está a pensar fazer um muro em volta do edifício da Câmara antes das próximas eleições, para se proteger da crítica social e dos tomarenses descontentes…
Também se pode pensar num muro à volta do concelho, para acabar com a evidente sangria populacional. Tudo malandros que só querem, criar dificuldades à excelente câmara que temos.
Mas será que ainda não perceberam que os portugueses (Tomarenses especialmente incluídos) estão fartos de democracia. Qual a percentagem de eleitores recenseados que vota?
Os malandros dos militares é que deram cabo do antigo sistema que era bem mais fácil de seguir.
Portuguesisses.