
Os serviços de ecossistemas são os benefícios que a natureza oferece à sociedade, como a madeira, produtos para consumo alimentar, medicamentos, purificação da água e do ar, polinização das culturas. Além dos benefícios ecológicos e materiais, os ecossistemas possuem um valor hedónico e estético inegável, sendo fonte de bem-estar psicológico, inspiração e identidade cultural.
Tomar é conhecido pelo seu património histórico, com o Convento de Cristo e a herança templária, mas tem também um património natural que pode e deve ser realçado. O concelho possui zonas de elevada biodiversidade, estando parcialmente inserido no sítio Sicó-Alvaiázere, que alberga habitats associados a substrato calcário, vegetação ripícola ao longo das margens do rio Nabão e seus afluentes e espécies de interesse nacional e comunitário da fauna e da flora.
A Mata dos Sete Montes, as margens do rio Nabão ou as zonas agrícolas tradicionais oferecem não só refúgios naturais, mas também ambientes de contemplação e lazer que influenciam diretamente a qualidade de vida da população.
No entanto, a falta de planeamento ecológico integrado, a pressão urbana, e a má gestão de resíduos constituem ameaças que colocam em risco este capital natural.
Urge por isso mapear e avaliar todos os serviços de ecossistemas no concelho para os integrar no planeamento urbano e na tomada de decisão e para potenciar um turismo sustentável e ecológico.
Como os ecossistemas são muitas vezes destruídos ou degradados porque o seu valor não é contabilizado nos mercados, orçamentos públicos ou nas políticas de desenvolvimento, foi lançada uma iniciativa internacional para tornar visível o valor da natureza. Esta iniciativa tem o nome de TEEB, acrónimo em inglês para The Economics of Ecosystems and Biodiversity[1].
A lógica por detrás do TEEB é de que a perda do capital natural tem impactos na saúde, economia e bem-estar da sociedade e a contabilização desse impacto depende do tipo de serviço que este capital natural presta. Por exemplo, para serviços de aprovisionamento (madeira, água, alimentos) pode usar-se o valor de mercado destes produtos. Para os serviços de regulação (purificação da água e do ar, sequestro de carbono) e de suporte (polinização, por exemplo) pode considerar-se o custo evitado (em internamentos e problemas de saúde, por exemplo) e o custo de substituição. O valor cultural e hedónico é mais difícil de contabilizar e tem-se usado a disposição para pagar (willigness to pay), ou seja, pode-se perguntar aos cidadãos quanto estão dispostos a pagar para manter e melhorar um parque, por exemplo.
Proteger a natureza não é um luxo, mas uma necessidade estratégica para o bem-estar presente e futuro. A mudança começa com o reconhecimento de que o ambiente, a economia e a sociedade estão interligados.
Joana Simões
Licenciada em Eng do Ambiente pelo IST
Mestre em Bioenergia pela FCT/UNL
Doutoranda em Ciências da Sustentabilidade na UL
[1] https://www.unep.org/topics/teeb








Tanto estudar, Dra. Joana, para escrever “desvarios climáticos apocalípticos” cada semana. Só se justifica se escrever por encargo de algum lobby do Sr. Soros & cia., arautos desse lixo que é a agenda 2030, que arruina os agricultores, sobrecarga de impostos o contribuinte, e só serve para que o sr. Soros, e os seus sicarios sigam enchendo os bolsos…
Cara colega Joana Simões, em Portugal temos um riquíssimo acervo de ditados! Aqui podemos aplicar o: “Pérolas a porcos”, uma vez que, texto após texto da Joana – muito poucas pessoas a compreendem e/ou levam a sério. Somos dominados por uma sociedade baseada na economia, e o verdadeiro conhecimento e cultura – não gera “lucros imediatos”! Não me vou alongar, recomendo a todos – o pequeno livro (em tamanho) do Prof. Filipe Duarte Santos – “Alterações Climáticas” (da Fundação Francisco Manuel dos Santos). Por apenas 5 Euros, podem entrar no tema – pela escrita de quem sabe (embora o livro já tenha 4 anos, já estamos pior…). Mas se o livro não bastar, há imensos trabalhos científicos, deixo aqui apenas um: “Deforestation and world population sustainability: a quantitative analysis”, publicado na Nature, Scientific Reports, em: https://www.nature.com/articles/s41598-020-63657-6 Cordiais Saudações, RG