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PORDATA: Tomar cresce em população e turismo mas enfrenta envelhecimento demográfico

Dados oficiais mostram que Tomar registou crescimento turístico de 56% e valorização imobiliária de quase 40% desde 2021

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A um mês das eleições autárquicas, a PORDATA divulgou um retrato abrangente dos 308 municípios portugueses, incluindo dados reveladores sobre Tomar. Os números oficiais da PORDATA, baseados em estatísticas do INE, DGEEC e IEFP, mostram uma realidade dual que merece a atenção de todos os tomarenses: crescimento económico e turístico significativo, mas com desafios demográficos que podem determinar o futuro da região.

Será que os eleitores de Tomar conhecem verdadeiramente a posição do seu concelho face aos vizinhos Torres Novas, Ourém, Ferreira do Zêzere, Abrantes, Constância e Vila Nova da Barquinha? Os dados oficiais da plataforma PORDATA revelam surpresas que podem influenciar o voto de outubro.

População resiliente mas com sinais de alarme demográfico

No final de 2024, a população residente no município de Tomar ascendia a 37.039 pessoas, distribuída por 17.600 homens e 19.439 mulheres. Estes números colocam Tomar numa posição confortável face aos concelhos limítrofes, superando claramente Torres Novas, Ferreira do Zêzere, Constância e Vila Nova da Barquinha, mas ficando atrás de Ourém e Abrantes na dimensão populacional.

Contudo, por detrás desta aparente estabilidade esconde-se uma tendência preocupante que poucos tomarenses conhecem: apesar do crescimento populacional face a 2021, os dados do estudo PORDATA Tomar revelam que o município envelheceu nos últimos três anos. Este fenómeno não é exclusivo de Tomar – apenas 120 dos 308 municípios portugueses conseguiram aumentar o número de jovens entre 2021 e 2024.

A questão que se coloca é simples: como é que um município com tanto potencial histórico e turístico pode inverter esta tendência demográfica? A resposta pode estar nas próximas políticas autárquicas.

Sistema educativo robusto mantém Tomar competitivo

Nas escolas do município de Tomar estavam matriculados 5.373 alunos em 2024, abrangendo desde o pré-escolar até ao ensino pós-secundário não superior. Este número, revelado pela análise PORDATA, posiciona Tomar como um dos concelhos mais educacionalmente robustos da região, superando os municípios vizinhos de menor dimensão como Ferreira do Zêzere e Constância.

PORDATA: Tomar cresce em população e turismo mas enfrenta envelhecimento demográfico

No ensino secundário, a diversidade da oferta é impressionante: dos 1.738 alunos matriculados em 2024, 747 frequentavam cursos científico-humanísticos, 357 frequentavam cursos profissionais e 634 outras ofertas educativas. Esta variedade demonstra uma capacidade de resposta às necessidades dos jovens que poucos concelhos da região conseguem igualar.

Mas será que esta oferta educativa é suficiente para manter os jovens em Tomar após a conclusão dos estudos? A resposta encontra-se nos indicadores económicos e de emprego.

Habitação: Tomar torna-se o concelho mais caro da região

Aqui reside uma das maiores transformações – e potenciais preocupações – dos últimos anos. Em 2024, o valor mediano da avaliação bancária das casas para habitação familiar atingiu 1.151€ por m², representando um crescimento estratosférico de 39,7% face a 2021.

Esta valorização coloca Tomar como o município com o maior valor por metro quadrado entre todos os concelhos vizinhos. Comparando com Torres Novas, Ourém, Ferreira do Zêzere, Abrantes, Constância e Vila Nova da Barquinha, Tomar destaca-se como o menos acessível para quem pretende adquirir habitação.

Apesar de se manter mais acessível que a média nacional de 1.662€ por metro quadrado, esta liderança regional nos preços imobiliários levanta questões importantes: estará Tomar a afastar famílias jovens que procuram habitação acessível? Como é que os futuros autarcas pretendem equilibrar desenvolvimento e acessibilidade habitacional?

O município registou um modesto aumento na construção nova, com apenas mais 35 novas casas no triénio 2022-2024 comparativamente ao período 2018-2020. Este número parece insuficiente face à pressão imobiliária crescente.

Mercado de trabalho qualificado mas com margem de melhoria

Os trabalhadores de Tomar apresentam uma escolaridade média de 11,1 anos, conquistando a segunda posição em qualificação entre os municípios mais próximos geograficamente. Este é um indicador extraordinariamente positivo que, segundo os dados PORDATA, coloca Tomar apenas atrás de um dos concelhos vizinhos, demonstrando o investimento em formação que tem sido feito na região.

Esta qualificação superior reflete-se num tecido empresarial diversificado e resiliente: 4.276 empresas, distribuídas por 4.157 micro empresas, 106 pequenas empresas, 13 médias empresas e nenhuma grande empresa. A ausência de grandes empresas pode ser vista como uma oportunidade de desenvolvimento futuro ou como um constrangimento ao crescimento económico – a interpretação dependerá das políticas que os futuros autarcas pretendem implementar.

Posição salarial regional: Na comparação com Torres Novas, Ourém, Ferreira do Zêzere, Abrantes, Constância e Vila Nova da Barquinha, Tomar conquista o terceiro lugar no ranking de ganho médio mensal. Curiosamente, apresenta a mesma escolaridade média (11,1 anos) que Torres Novas, demonstrando um padrão de qualificação similar entre estes dois concelhos vizinhos.

O que pensam os tomarenses sobre esta posição salarial? Sentem que os salários acompanham o custo de vida crescente, especialmente na habitação?

Serviços públicos: liderança na água, cobertura farmacêutica exemplar

A qualidade dos serviços públicos em Tomar revela uma gestão que merece destaque nacional. Com 14 farmácias no município em 2023, Tomar apresenta um rácio de 2.633 habitantes por farmácia, significativamente melhor que o rácio nacional de 3.412 habitantes por farmácia.

Liderança absoluta no fornecimento de água: Em 2022, distribuíram-se 59,2 m³ de água por habitante do município. Apesar de ser inferior ao nacional (64,2 m³), este valor representa o mais elevado quando comparado com os 6 municípios mais próximos – Torres Novas, Ourém, Ferreira do Zêzere, Abrantes, Constância e Vila Nova da Barquinha.

Esta liderança regional no fornecimento de água demonstra uma infraestrutura hídrica superior que garante qualidade de vida e pode ser um fator decisivo para atração de novos residentes e empresas. Será que os tomarenses reconhecem esta vantagem competitiva do seu concelho?

Boom turístico coloca Tomar no mapa nacional

O setor turístico transformou-se na grande aposta ganhadora de Tomar nos últimos anos, com resultados que superam as expectativas mais otimistas. Com 170.641 dormidas em 2024, o município registou um crescimento extraordinário de 56,4% face a 2019, posicionando-se claramente acima da média nacional de crescimento turístico (14,5%), como documenta o relatório PORDATA.

PORDATA: Tomar cresce em população e turismo mas enfrenta envelhecimento demográfico

Este boom traduz-se numa média diária de 468 turistas por dia, equivalente a 1,3% da população residente – um indicador que coloca Tomar entre os destinos turísticos em maior crescimento do país. A oferta turística diversificada distribui-se entre hotelaria (74,7%), alojamento local (22,3%) e turismo do espaço rural (3,0%).

Comparando com os concelhos vizinhos, Tomar conseguiu capitalizar o seu património histórico único – especialmente o Convento de Cristo – de forma muito superior aos municípios limítrofes. Segundo os dados da PORDATA, o contraste é impressionante: enquanto Tomar regista 170.641 dormidas anuais, Torres Novas fica pelas 46.050 dormidas, apesar de também ter registado um crescimento positivo de 57,3%. Esta vantagem competitiva representa uma oportunidade económica que pode compensar outros desafios demográficos e económicos.

Contudo, este crescimento turístico levanta questões importantes: estará a contribuir para a pressão imobiliária? Como é que os tomarenses avaliam o impacto do turismo na sua qualidade de vida quotidiana?

Desafios ambientais: posição preocupante nos incêndios

O município de Tomar, com os seus 351,2 km² (0,4% do território nacional), enfrenta desafios ambientais que merecem atenção redobrada dos futuros autarcas. Os dados do sistema PORDATA revelam uma situação preocupante: Tomar registou uma média anual de 75,8 incêndios entre 2015 e 2024, um valor significativamente superior à média dos municípios do Continente (43,8).

Posição regional alarmante: Na comparação direta com Torres Novas, Ourém, Ferreira do Zêzere, Abrantes, Constância e Vila Nova da Barquinha, Tomar ocupa a segunda posição com mais incêndios nesta década. Esta situação contrasta drasticamente com os indicadores positivos de desenvolvimento económico e turístico.

Agravando esta situação, o município contava com 74 bombeiros em 2023, mantendo um rácio de 2 bombeiros por mil residentes – o segundo menor rácio entre os concelhos vizinhos. Esta combinação entre elevado número de incêndios e recursos humanos de combate limitados representa um dos maiores desafios de segurança que os futuros autarcas terão de enfrentar.

Como é que os tomarenses se sentem em relação a esta vulnerabilidade? Consideram que a prevenção e combate aos incêndios deve ser uma prioridade absoluta das próximas políticas municipais?

O retrato completo: oportunidades e desafios antes das urnas

Estes dados oficiais da base PORDATA oferecem um retrato multifacetado de Tomar que todos os eleitores devem conhecer antes de outubro. O município apresenta indicadores extraordinariamente positivos de crescimento turístico (+56,4%), qualificação da população ativa (2º lugar regional), liderança nos serviços de água e cobertura farmacêutica exemplar.

Simultaneamente, enfrenta desafios significativos: envelhecimento populacional, habitação como a mais cara da região (+39,7% em três anos), posição salarial média no contexto regional e vulnerabilidade ambiental com o segundo maior número de incêndios entre os concelhos vizinhos.

A nova área interativa da PORDATA, disponível desde 12 de setembro, permite aos tomarenses comparar detalhadamente o seu concelho com Torres Novas, Ourém, Ferreira do Zêzere, Abrantes, Constância e Vila Nova da Barquinha através de 41 indicadores organizados por sete temas fundamentais.

A questão que se coloca a todos os tomarenses é simples: estes dados influenciarão a vossa escolha nas próximas eleições autárquicas? Que prioridades devem ter os futuros autarcas para capitalizar as oportunidades e resolver os desafios identificados?

A palavra está agora com os eleitores. Partilhem nos comentários as vossas opiniões sobre estes dados da investigação PORDATA e o que consideram prioritário para o futuro de Tomar.

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1 comentário

  1. Os dados que apresentam da Pordata, refletem pouco o descalabro que é o concelho de Tomar. Um envelhecimento da população acentuado, perda de população residente ( era mais 1139 pessoas só compensada com a imigração com 1 632 individuos.
    Já no sistema educativo perda de alinos no secundário . compensada pelo aumento de alunos no pré- primário, primário e básico , filhos das carradas de imigrantes pagos com os nossos impostos,
    Aumento do valor das rendas , e valor do m2 de construção, precisamente porque quase não foram feitas casas novas e por pressão de alugueres em manada por apartamento.
    Mas o fatal são estes números para comprovar a decadência de Tomar.
    Riqueza produzida em 2023 no concelho de Tomar 178M€ em Abrantes 224M€ em Torres Novas 286M€ em Ourém 598M€ e em Leiria 1 887M€
    Sabendo que a nível de exportação tínhamos mantido 23M€ agora com mais um colapso o da TEMA provavelmente ficaremos pelos 12M€

    Aqui se vê a Força de quem desgraçou o concelho !!!

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