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O CIRE no Mouchão

Ou a falta de sensibilidade da Câmara

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A ideia já tinha sido apresentada pelo voluntário do CIRE – Centro de Integração e Reabilitação de Tomar à Câmara Municipal de Tomar, salvo erro em julho, quando estava perto de terminar a reabilitação do Parque do Mouchão, com a calçada central e o novo relvado.

Nessa altura foi sugerido à Câmara que poderia fazer a “inauguração / abertura ao público” do referido espaço, convidando por exemplo meninos do CIRE e também alguns idosos em Lares, como por exemplo o CAST – Lar S. José, oferecendo-lhes um dia diferente, com um lanchinho, umas sandes, uns sumos, umas mantas no relvado, uma coisa patrocinada pela Câmara que cairia bem a todos e em nada lhe deitaria o orçamento abaixo.

Era uma boa imagem que se passava da cidade à população em geral, e uma forma de inclusão das camadas mais desfavorecidas da comunidade tomarense. Acho que todos sairiam a ganhar, a começar pela própria a própria Câmara (que não teve visão para isso).

Ora, da parte desta, nunca houve qualquer resposta …

No entanto, como faz mais quem quer do que quem pode e a “disparatada ideia” não tinha morrido na cabeça do voluntário, dois meses depois esta foi apresentada à direção do CIRE, que a acolheu de braços abertos e rapidamente nomeou duas colaboradoras para tratarem do evento. Houve, ao que referiram depois, apenas um email para a Câmara a solicitar que no dia 19 de setembro entre as 11h e as 15h os aspersores de rega não fossem ligados.

A Câmara informou então o CIRE que era preciso 1: preencher um “formulário” de utilização de espaço público (!); 2: que este seria depois avaliado para se conceder  –  ou não  –  uma “licença” (!!); 3: que haveria ainda lugar ao pagamento de uma “taxa” de dez euros e tal, e que apesar de se tratar de uma IPSS, se veria se teria  –  ou não  –  isenção da mesma (!!!).

Bem, leis são leis, há que respeitar. No entanto, as exigências da Câmara para meia dúzia de miúdos deficientes estenderem uma simples toalha no jardim, fazerem a tal aulinha de Yoga de que tanto gostam, e depois almoçarem umas sandes e uns sumos trazidos pelo CIRE, pareceram algo despropositadas.

Pode a Câmara pôr este rigor no grave problema que tem em mãos, com o risco de atropelamentos nas “passadeiras” para peões…?

Fernando Santos – Voluntário CIRE

CIRE
Utentes do CIRE a praticar ioga no Mouchão
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