Numa medida radical, a câmara do Entroncamento colocou dezenas de blocos de betão e barreiras New Jersey em algumas artérias da zona norte da cidade para impedir que os camionistas estacionem ali os seus veículos pesados.
Junto ao supermercado E.Leclerc e ao Bricomarché e aproveitando uma zona onde não existem habitações os camionistas estacionavam ali as suas viaturas.
Sem qualquer explicação, a câmara colocou os blocos de cimento naquelas zonas para impedir que tal aconteça.
Revoltados, os camionistas criticam a câmara por tomar esta medida radical e hostil para com aqueles profissionais que prometem encetar uma luta pelos seus direitos.
Os camionistas e são cerca de 50 no Entroncamento já propuseram que a câmara crie um parque fechado e seguro onde possam estacionar os camiões, mas da parte da autarquia ainda nada foi feito.
Salvo raras excepções estas câmaras de província caracterizam-se por um ódio muito activo aos seus próprios munícipes, visitantes e utilizadores..
Em vez de tentarem que a permanência, a visita ou a utilização seja fácil, prática e agradável, não… tudo fazem para que, de cada vez que alguém lá vá prometa a si mesmo que será a última.
O Entroncamento é uma terrinha que deve tudo ao combóio. É um interface entre o caminho de ferro e o automóvel.
Pois uma coisa que dantes era normal e fácil, como ir levar ou esperar alguém à estação, tornou-se um stress de ilegalidades. Parar o carro para ir comprar um bilhete, só quase a 500 metros. E esperar alguém que venha de um dia de trabalho e 100 de combóio, mesmo esperando dentro do carro, é sempre um risco de multas.
E tudo isso, para quê? Para o rendimento dos parquímetros?
Meus senhores: enxerguem-se!
Vocês o que revelam é que são broncos e primários.
Acho muito bem que a câmara utilize os recursos de todos para beneficiar alguns. Tenham juízo e decoro. Associem-se e criem um parque para as vossas ferramentas de trabalho.
Também tiveste que te associar para estacionares o teu popó?
Há uns anos, um amigo convidou-me a acompanhá-lo numa viagem à Dinamarca. Ele era motorista de longo curso e trabalhava na TNC-Transportadora Nacional de Camionagem. Foi uma viagem simplesmente maravilhosa, que durou 4 dias para lá e 3 dias para cá. O que mais me impressionou foi a logística colocada à disposição dos profissionais do volante pelas edilidades atravessadas pelas rotas internacionais. Parques de estacionamento só para pesados, alguns com balneários e zonas de grelhadores para quem quisesse preparar refeições, sobretudo no norte de França e Bélgica. Uma realidade completamente diferente do que se faz por cá, onde os autarcas não estão minimamente sensibilizados para este problema, o que não admira, pois são normalmente gente que pouco ou nada fizerem na vida, é não percebem a importância deste tipo de apoios à viagem.
Para quem, como eu, andou muitos anos no internacional e na distribuição, só há uma resposta a dar ao município do Entroncamento: todos os motoristas devem recusar-se descarregar nos hipermercados locais e abastecer os postos de combustível.
Nem mais…