
Pelo 2º ano consecutivo, a governação municipal socialista viu a sua Prestação de Contas ser reprovada em Assembleia Municipal, circunstância que, só por si, deveria levar a arrepiar caminho e a refletir sobre as opções erradas e a fraca execução. Mas, se dúvidas houvesse, basta analisar o documento para perceber que a governação socialista está em fim de ciclo – esgotada, poucas ideias e sem capacidade de as executar.
Tendo como ponto de partida um Orçamento e Grandes Opções do Plano que não serviam os interesses de Tomar e dos tomarenses, chegámos a uma Prestação de Contas que deixa à vista de todos o fracasso dos objetivos propostos e, diria até, ao descalabro em alguns dos setores analisados neste documento. Vejamos:
- Em 2 anos, a Câmara Municipal gastou mais de 4 milhões de euros do que recebeu
As contas de 2023 reforçam a tendência preocupante de uma gestão deficitária que não pode ser ignorada. Em 2022, as despesas foram superiores às receitas em 2.223.000€ e em 2023 gastou-se mais 1 milhão e 845 mil euros do que se arrecadou em receitas.
- As receitas não cumprem a Lei
A taxa de execução das receitas municipais ficou abaixo dos 85% pelo 2º ano consecutivo. Diz o Artigo 56º da Lei nº 73/2013 que, nestas condições, serão informados os membros do Governo responsáveis pelas áreas das finanças e das autarquias – um desprestígio para Tomar ver o Município sujeito a esta comunicação.
- As despesas aumentaram 13,8% face ao ano anterior
A governação socialista gastou em 2023 quase mais 5 milhões de euros do que tinha gasto no ano anterior. Um despesismo crescente sem qualquer consequência na melhoria assinalável dos serviços públicos ou da qualidade de vida dos tomarenses.
- Confirma-se o Orçamento fictício
Mais uma vez, a governação socialista decidiu primeiro quanto queria gastar e depois foi “procurar” as receitas para fazerem face às despesas, em vez de fazer contas a quanto tinha para gastar. O resultado foi um orçamento da receita empolado o que agora se veio a confirmar na Prestação de Contas: nas receitas correntes, a rubrica “Outras Receitas”, orçamentada em 4,456 milhões de euros teve uma execução de apenas 311 mil euros; a rubrica “Vendas de Bens e Serviços”, com 4,236 milhões de euros em orçamento teve apenas 1,542 milhões de euros executados.
- A Economia Local continua o parente pobre da governação socialista
Continuam a colocar-se os ovos todos no cesto do Turismo, setor obviamente importante, mas insuficiente, que absorveu 82% do valor alocado ao Desenvolvimento Económico, enquanto a Economia Local teve direito a apenas 18%. Se dúvidas houvesse, estes números deixam bem claro que, para a governação municipal socialista, não contam setores como a Indústria, Agricultura, Floresta e as Tecnologias da Informação.
- A Despesa com Pessoal aumentou 800 mil€
A Despesa com Pessoal atingiu os 13 milhões e 200 mil euros (representa cerca de 50% das despesas correntes), o valor mais elevado de sempre, e que condiciona fortemente o futuro da gestão municipal.
- O Prazo Médio de Pagamentos aumentou para 86 dias
Em 2023 inverteu-se a tendência decrescente do Prazo Médio de Pagamentos que está ainda em quase 3 meses, um dos maiores da região e que penaliza especialmente as pequenas e médias empresas do concelho que esperam para receber, com as consequências de tesouraria que esta demora acarreta.
- Dívidas a Fornecedores correntes aumentaram 30%
As dívidas a Fornecedores de conta corrente passaram de 4 milhões e 247 mil euros (2022) para 5 milhões e 558 mil euros (2023). Um valor assinalável e que, conjugado com o Prazo Médio de Pagamento, são motivo de preocupação para a relação com fornecedores do Município.
- Quase 90% de Ajustes Diretos
A Câmara Municipal de Tomar contrasta com a média nacional dos contratos públicos por ajuste direto (47%) e efetuou em 2023 89,17% dos contratos por ajuste direto, ou seja, contratou quem quis sem consultar o mercado e outras propostas. É um valor excessivo que vai contra as boas práticas e até coloca em causa princípios de concorrência e de transparência.
- 8 Milhões de Euros de Investimento que ficou por fazer
Aquando do Orçamento, a governação socialista anunciou um conjunto de obras e projetos e, ao analisar agora a sua não execução, torna-se evidente a total incapacidade dos socialistas em cumprir os compromissos assumidos. Temos como exemplo os separativos no saneamento no centro histórico da cidade, a requalificação da Escola EB 2+3 Gualdim Pais, a reabilitação do Jardim de Infância Raul Lopes com a valência de creche, o novo skate parque, a requalificação na Choromela e Casal dos Frades, ou os arranjos exteriores no Flecheiro. Destes investimentos prometidos para 2023, quantos foram executados e concluídos? Nenhum!
Não deixa de ser curioso que, passados 10 anos de governação, os socialistas tenham finalmente percebido que o financiamento bancário que tanto diabolizaram ao longo dos últimos anos é, afinal, uma ferramenta importante para alavancar o investimento no território. Ou será que este empréstimo de 3 milhões de euros surge agora porque as eleições autárquicas do próximo ano já estão à vista?
A governação socialista, cada vez mais preocupada com a sua imagem e fins eleitorais em vez das necessidades reais dos tomarenses, evidencia todos os sinais de estar em fim de ciclo: esgotada, sem rumo nem ânimo. Tomar merece melhor! Tomar precisa de uma liderança que não seja apenas de anúncios e promessas, mas que tenha uma estratégia e seja capaz de a executar e de construir o futuro que todos ambicionamos para o nosso concelho.
Tiago Carrão
*Presidente do PSD de Tomar
Vereador na Câmara Municipal de Tomar
O Carrãozito a pôr-se em bicos de pés. Entre ele e a sua camarilha e os socialistas, venha o diabo e escolha…
Extraído do texto de Tiago Carrão:
“….Aquando do Orçamento, a governação socialista anunciou um conjunto de obras e projetos e, ao analisar agora a sua não execução, torna-se evidente a total incapacidade dos socialistas em cumprir os compromissos assumidos. Temos como exemplo os separativos no saneamento no centro histórico da cidade, a requalificação da Escola EB 2+3 Gualdim Pais, a reabilitação do Jardim de Infância Raul Lopes com a valência de creche, o novo skate parque, a requalificação na Choromela e Casal dos Frades, ou os arranjos exteriores no Flecheiro. Destes investimentos prometidos para 2023, quantos foram executados e concluídos? Nenhum! …”
– Sr. Tiago Carrão a EB 2,3 Gualdim Pais vai avançar no verão deste ano (2024), o novo skate park está em obra, Arranjos do Flecheiro também estão em execução.
Sr. Tiago não sendo eu defensor de ninguém, é visível que terá de mudar o seu discurso pois assim não vai lá…. muito fraquinho… mais do mesmo
Pelos jeitos o ELEITOR EM TOMAR, lê bem, escreve bem, mas percebe mal. O sr. Carrão escreveu “Destes investimentos prometidos PARA 2023, QUANTOS FORAM EXECUTADOS E CONCLUÍDOS? NENHUM! É mentira? Claro que não. O próprio ELEITOR EM TOMAR escreve que estão em execução ou vão avançar, um ano mais tarde pois já estamos no segundo trimestre de 2024.
O sr. Carrão se calhar assim não vai lá. Mas o ELEITOR EM TOMAR também não!
Sr Filipe Neto
As obras públicas como muito bem deve saber nem sempre ocorrem nos prazos previstos.
Apesar de tudo, o que fez o PSD quando esteve à frente da autarquia entre 1998 e 2013??
No PSD não houve qualquer renovação, continuam as mesmas caras de à muitos anos. Há que renovar as pessoas e criar um projecto válido…dizer mal apenas para dizer mal não chega…. é preciso muito mais.
Também é certo que algumas das obras que o PS fez, foram mal concebidas(dois exemplos: Av. Nuno Alvares e várzea grande), mas pelo menos fez, tal como aconteceu com as barracas no flecheiro, o PS foi o único a resolver esse grave problema.
Você abusa de raciocínios tortuosos e vai desenterrar mortos de há 12 anos. Porque não recuar então um pouco mais, até aos mandatos PS do Pedro Marques e da sua particular amiga arquiTETA Paula? É feio tentar torcer a história segundo as nossas conveniências, sobretudo quando se trata do PS, cuja candidata jurou cumprir com lealdade o mandato que lhe foi atribuído e afinal abandonou a meio, para ir ocupar um tacho mais rentável numa lista do PSD. Acha que é honesto?
Claro que não é honesto.
A honestidade na politica acabou à nascença. Nunca existiu
Como diz e bem o sr cidadão tomarense, a competência é uma qualidade que não existe nos meios políticos.
Claro que não é honesto.
A honestidade na politica acabou à nascença. Nunca existiu
Como diz e bem o sr cidadão tomarense, a competência é uma qualidade que não existe nos meios políticos.
Bom dia. Desde que me lembro a alternância governativa na autarquia de Tomar tem ocorrido entre PS e PSD, e como tal o actual estado da situação não é mais do que o reflexo da (in)capcidade com que estas duas forças politicas nos têm bridando ao longo das última décadas.
Um bom exercício governativo só existe quando confrontado por uma oposição forte e competente.
Infelizmente para Tomar e para os Tomarenses, a competência é uma qualidade que á muito tempo escasseia, seja no executivo seja no oposição.
Senhor Tiago Carrão
Não sei se o senhor é contabilista, mas pelo teor do seu artigo tem mesmo pinta disso.
E isso é bem revelador dos estado do concelho, seja a nível político, seja nível cultural, o que também é político.
Tanto o que escreve, como os comentários que recebe, sejam eles elogiosos ou depreciativos, vai tudo dar ao mesmo.
É que o problema, Sr. Carrão, nunca foi, nem é, nem será contabilístico ou orçamental. O problema é político-cultural. Percebe?
De toda a sua “intervenção”, agora que se vai remexendo para cargos mais apetecíveis, não se deduz qualquer oposição ou alternativa à política pimba ou de pato-bravo que esta gente tem vindo a evidenciar.