“Não há lampreia e devia ser proibida a pesca da lampreia”. A opinião é de Manuel Garcia, um fornecedor deste ciclóstomo aos restaurantes que este ano suspendeu a sua atividade.
Morador na Portela de S. Pedro de Tomar, o comerciante costumava ir buscar lampreia a França para fornecer os restaurantes da zona, mas garante que “não há lampreia em lado nenhum”, “estou parado desde o início do ano”.
Preocupado com o risco de extinção da espécie, Manuel Garcia defende que deviam ser tomadas medidas para a proteger. Dá como exemplo autarquias no norte (Penacova e Gondomar) que cancelaram festivais gastronómicos da lampreia por não terem exemplares para venda e para proteção da espécie.
Os poucos exemplares que vão aparecendo estão a um preço exorbitante. Há restaurantes a comprar lampreias a 110, a 120 e até a 150 euros cada uma.
O restaurante Lúria, por exemplo, já não tem lampreia para o fim de semana e cancelou uma reportagem que estava a ser preparada pela SIC. O proprietário revela que tem uma lista de espera de mais de 100 clientes para saborear aquela iguaria.
A Taverna d’Talha ainda consegue arranjar alguns exemplares na Figueira da Foz. Cada dose de lampreia custa neste estabelecimento do largo do Pelourinho 45 euros, mas há restrições quanto ao número de clientes.
Em entrevista ao Público, o diretor do Centro de Ciências do Mar e do Ambiente (Mare), Pedro Raposo, defende a proibição da pesca da lampreia, para garantir a recuperação de uma espécie que escasseia cada vez mais nos rios portugueses.
Uma preocupação que a câmara de Tomar parece não ter porque, apesar dos alertas dos donos dos restaurantes, a autarquia avançou com a XXV Mostra da Lampreia de 24 de fevereiro a 24 de março (fins de semana e feriado 1 de março).
Certo é que os restaurantes não têm lampreia e criticam a câmara por anunciar um evento sem garantia de que exista o produto.
À última hora, a câmara informou que, “devido à escassez de lampreia que se tem verificado, os estabelecimentos aderentes da Mostra da Lampreia agradecem que se efetue reserva com um mínimo de 48 horas”.
Mas o problema mantém-se: a maior parte dos restaurantes não tem lampreia para servir aos clientes.
Tomar é o paraíso dos lambuças. Ele é festa da Cerveja, ele é congresso da sopa, ele é um rosário de festivais de comes e bebes, tudo para alimentar pançudos candidatos a enfartes. Somos a terra dos aldeões alegres…
…então é não é que a lampreia é o ex-libris cá do povoado???
Se a especie está em vias de extinção então a captura não deveria de ser permitida…
Corre-se o risco de esta e outas especies vir a desaparecer!