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Projetos de recuperação de antigas escolas foram feitos com base na cultura cigana

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Apesar da tentativa de desmentido por parte do vice-presidente da câmara de Tomar, a notícia que publicámos aqui acerca da recuperação de antigas escolas para realojamento de famílias ciganas corresponde à verdade, conforme documento que publicamos.

Segundo a memória descritiva dos projetos, todas as 12 habitações foram pensadas de raiz para alojar famílias de etnia cigana.

Ao contrário do que o vice-presidente afirma, o levantamento e os projetos não têm seis anos, mas a sua última versão data de julho de 2019 (ver documento).

Para fazer os projetos, a equipa técnica do gabinete Ateliermob apenas visitou o Flecheiro para fazer o levantamento da forma como vive a comunidade cigana e qual a sua tipologia de habitações.

A equipa técnica autora do projeto reuniu várias vezes com mediadores da comunidade cigana e não visitou mais qualquer outra zona ou localidade do concelho onde também há famílias a viverem de forma muito precária.

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Se há xenofobia e discriminação começa logo pela câmara e pelo gabinete de arquitetura que idealiza cinco projetos apenas com base na arquitetura das casas de famílias ciganas.

Conforme está escrito na memória descritiva, “há uma possibilidade destas novas habitações serem, maioritariamente ou integralmente, afetas a famílias provenientes do Acampamento Flecheiro, pelo que se entendeu integrar desde o início do processo de projeto o estudo da comunidade de etnia cigana ali residente”.

Dado que as antigas escolas a recuperar ficam distantes umas das outras vários quilómetros, a equipa projetista propõe que seja “equacionado um programa complementar que promova a circulação entre estes cinco núcleos e restante comunidade cigana de Tomar, preservando os laços comunitários”.

Todos os projetos têm como base o tipo de organização das casas das famílias ciganas: “segundo o levantamento realizado no Acampamento Flecheiro, em relação à distribuição interior da habitação, a organização baseia-se em privilegiar a sala como centralidade da casa, procurando potenciar a sua importância, fazendo por aí a entrada principal. A sala, sempre ligada à cozinha, fica como o espaço central e também como espaço de distribuição para as áreas mais privativas da casa, nomeadamente quartos e instalações sanitárias. Tenta-se privilegiar esta distribuição para a proposta de conjunto”.

Outra particularidade da cultura cigana que se pretende fomentar nos projetos é o “convívio pacífico e organizado entre famílias”. Por isso, privilegia-se “uma zona comum exterior constituída por uma estrutura de sombreamento, com lareira exterior”.

O vice-presidente da câmara de Tomar, que nos apelidou de “terroristas sociais” e desmentiu a notícia, deve fundamentar as suas afirmações e acusações e não manipular a opinião pública de acordo com os seus interesses políticos e partidários.

Nada como publicar os documentos (que a câmara esconde). Publicamos apenas o referente à escola da Peralva, tendo na nossa posse os projetos das cinco escolas que facultamos a quem o solicitar.

Câmara vai recuperar antigas escolas para realojar famílias ciganas

 

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2 comentários

  1. É este um caso exemplar da falta de transparência em decisões da Camara, e do comportamento inferior de, pelo menos, um dos seus vereadores.
    Se há decisões, por certo fundamentadas em criterios, sejam eles qual forem, porque não os assumir?
    Qual a necessidade de acusar falsamente este blog de “terrorismo”, quando o “terrorista” é o proprio vereador?! Que ausência de ética!
    Indignidade, é o que fica patente desta historia.
    Esse vereador, se tivesse noção de responsabildade, teria um caminho digno: demissão.
    Porque mentiu, publicamente, e encenou, Mas a vaidade, e a ausência de dignidade, dominam.

  2. Um executivo camarário que prima pela não transparência, pela omissão e ocultação e que faz uma discriminação positiva de uma certa minoria… Só pode esperar protestos e contestação dos restantes 99,9% da população, mas no entanto como em Tomar a maior parte da população é “mansa” e mesmo que proteste o executivo faz ouvidos de mercador… Como está visto que o executivo já se orienta maioritariamente pelas regras,tradições e cultura da etnia cigana, sendo assim também nós teremos que protestar segundo as regras e tradições da cultura cigana.
    Que é á paulada e a tiro!

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