Sociedade

Ordem dos Arquitetos lembra obra do arq. Costa Rosa

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A Delegação do Centro da Ordem dos Arquitetos publicou uma nota de pesar pelo falecimento do arquiteto José Inácio da Costa Rosa ocorrido a 7 de dezembro, com 92 anos.

É essa nota que transcrevemos a seguir:

“Faz hoje exactamente um mês que faleceu, com 92 anos, um arquitecto e homem notável de Tomar. José Inácio da Costa Rosa, sócio n.º 166 da Ordem dos Arquitectos, nasceu em Tomar, no dia 22 de Janeiro de 1927. Deixa o seu traço na cidade que era o seu “segundo amor, a seguir à família”, como o referiu numa entrevista em Março de 2017. Deixa por isso a memória de entrega emotiva e incondicional a Tomar.

A Delegação do Centro da Ordem dos Arquitectos não podia deixar de assinalar, com pesar, a perda de um homem que deixou contributos assinaláveis para a história de Tomar do séc. XX e início do séc. XXI.

José Inácio da Costa Rosa, nome incontornável da vida tomarense, foi distinguido pela autarquia no dia da cidade, em 2017, com a medalha municipal de valor e altruísmo (grau ouro).

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Era ainda “muito novo” quando escolheu Arquitectura. Pensou também em Pintura e depois Veterinária, “mas a Arquitectura venceu, apesar de ser um curso complicado e na altura com a duração de seis anos.” “Eu não fui um arquitecto com grande trabalho em Tomar. Trabalhei bastante para particulares mas nunca para o Estado”, referia Costa Rosa, na mesma entrevista. “A minha coroa de glória foram as moradias”, dizia. Assinala especialmente uma moradia em Oeiras, para a família Costa Cabral Macedo.

Por longos anos foi também professor no curso de Construção Civil na Escola Jácome Ratton, nas áreas do Desenho, Tecnologia e Orçamentos. Um período que lhe valeu a amizade dos seus alunos.

Costa Rosa deixa ainda uma produção artística assinalável, em desenhos e aguarelas. Não há recanto em Tomar que o arquitecto não conhecesse e que provavelmente não tivesse desenhado. Desenhava a cidade, desenhava o que na cidade acontecia, especialmente a Festa dos Tabuleiros.

Voltamos à Arquitectura e a um espaço obrigatório, para quem vive no concelho e para quem o visita: o café Estrelas de Tomar. É assinado pelo Arquitecto Costa Rosa, que nos abre um janelão, uma perspectiva privilegiada e cheia de potencial para as águas do rio Nabão (umas vezes calmas, outras turbulentas), à volta do qual nasceu e se desenvolveu uma cidade milenar.

Disse José Inácio da Costa Rosa: “Tomar sempre foi uma paixão e vou continuar a contribuir com os meus préstimos até ao último dia, sempre a viver em Tomar.”

À família e aos tomarenses os nossos pêsames.

 

Obra do Arquitecto Costa Rosa | Tomar: 1930-1965

(levantamento in Roteiro da Arquitectura Moderna, Tomar, 1930-1965, de Anabela Mendes Moreira e Inês Domingues Serrano)

 

Edifício plurifamiliar na Rua Torres Pinheiro (1955)

Rua Torres Pinheiro, 44-46

 

Moradia Armado Redol (1957)

Rua Doutor Egas Moniz, 14

 

Edifício plurifamiliar na Praceta Dr. Raúl António Lopes (1958)

Praceta Dr. Raúl António Lopes, 11-12

 

Edifício comercial e residencial (1960)

Rua Torres Pinheiro, 68

 

Edifício plurifamiliar na Rua da Fábrica de Fiação (1961)

Rua da Fábrica de Fiação, 70-A

 

Moradia Lopes das Neves (1963)

Rua Doutor Egas Moniz, 29

 

Moradia Gouveia Pereira (1963)

Rua Miguel Maria Ferreira, 15

 

Pastelaria e Café Estrelas de Tomar (1960/1963)

Rua Serpa Pinto, 14-18, Avenida Marquês de Tomar

 

(Esta lista contém as obras do Arq. no período de tempo assinalado).

 

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