Pelo menos dois cães e um galo ficaram ao abandono depois de a câmara demolir a última barraca do Flecheiro, junto ao rio Nabão, em Tomar.
Numa grande operação mediática, o futuro presidente da câmara, Hugo Cristóvão (PS), convocou os jornalistas para acompanharem a demolição da última barraca do Flecheiro no dia 1 de agosto. Ali residiam elementos da família Pascoal, um dos principais clãs da comunidade cigana na cidade.
No evento, não faltaram os vereadores da maioria, o presidente de junta e técnicos da autarquia.
No terreno ficaram os destroços das barracas, por onde continuam a deambular dois cães e um galo.
Nota: como habitualmente, a câmara de Tomar não informou nem convocou “Tomar na Rede” para acompanhar a operação de demolição das barracas.
Muitas perguntas ficam por responder:
Onde foi realojada esta e as outras famílias?
Quanto pagam de renda e se têm feito esse pagamento?
Quem paga a água, o gás e a eletricidade dessas casas?
Quanto a câmara gastou na compra e remodelação de casas para realojamento destas famílias?
Quais os critérios de realojamento?
Para quando a demolição de outros bairros clandestinos e sem condições nos arredores da cidade?
Em pleno centro da aldeia de Curvaceiras, junto à estrada, vive há décadas uma família cigana que nunca foi realojada e muito menos referida. A verdade é que tem passado despercebida ao longo dos tempos porque nunca criou os problemas à vizinhança que os do Flecheiro sempre criaram…
Acabei de saber através dum morador da zona que, para além dos animais referidos na notícia, também uma família de gansos ficou “esquecida” pelos donos ciganos.
Os animais ficaram a guardar o metal, as antenas parabólicas, etc, para os donos venderem mais tarde a um sucateiro. A lelo o que é de lelo.