Opinião

Um dia virá. Será desta?

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Quase meio século após Abril, é para mim claro que um dia virá em que os tomarenses dirão nas urnas “Basta! Temos de mudar de vida.”  Para que tal aconteça terão de antes ter concluído que “o rei vai nu” ou, numa versão mais republicana, que não bate a bota com a perdigota. Aquilo que ouvem de quem está no poder, não corresponde ao que vêem todos os dias.

Nestes últimos tempos, de resto, tem-se tornado cada vez mais claro que o discurso do PS não cola com a realidade envolvente percepcionada por cada um. Tanto a nível nacional como local. Deixando a outros, com mais experiência e capacidade, o âmbito nacional, limito-me ao vale nabantino.

Anabela Freitas é uma simpatia, como todos sabemos. Diz que quer o melhor para Tomar e para os tomarenses, e volta a candidatar-se. Não tendo grande obra para mostrar, garante serem outros os culpados pelo actual e pouco conveniente estado de coisas, prometendo maravilhas para o futuro. Tem sido sempre assim. Promessas, promessas, promessas…

Acreditando no que diz, sobressai afinal o seu objectivo principal: a sua continuação no poder, custe o que custar, seja a quem for. Sendo uma opção legítima, embora questionável, pena é que na sua implementação vá sacrificando o futuro dos tomarenses, que graças à sua presidente de câmara e às suas balelas bem debitadas, não sabem para onde vão, nem como, nem quando, nem a que ritmo. Vão indo. Levados, levados sim, como no velho hino da Mocidade portuguesa.

Continuam contentes e alegres, com aquele alento típico de quem afinal sempre almejou apenas, no máximo, “um empregozito, um carrito e uma casinha”, como grande objectivo englobante para toda uma vida. Excepto os menos pachorrentos, que esses vão aproveitando para fazer a mala.

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É neste quadro que vão ter lugar as próximas autárquicas. Um inevitável confronto, entre uma maioria que ilude para se manter no poder, e uma oposição formatada e conformada, que acha tudo muito bem, menos o facto de não estar no poder.

Pela primeira vez em 4 anos, os socialistas tomarenses vão depender da oposição. Sozinhos ou em geringonça à nabantina, nunca vão alcançar os votos de 2017, quando o confronto foi na prática um mano a mano PS/PSD.

Agora a realidade é outra. Há um terceiro actor que, conforme já demonstrou a nível nacional e local, tanto saca votos à direita como à esquerda.

Nestas condições, caso a direita tomarense se entenda e apareça coligada, muito dificilmente o PS continuará no poder. Inversamente, se vingar a estouvada ideia separatista. temo que tanto o PSD/CDS como o CHEGA possam alcançar dois vereadores cada, ou mesmo três laranjas e um Chega, ou vice-versa, todavia sem qualquer resultado prático.

As autárquicas não são como as legislativas nos Açores. Quem ganha fica sempre com a presidência, quer alcance ou não a maioria absoluta, presidente mais 3 vereadores. Foi de resto o que aconteceu em 2009. O PSD conseguiu vencer e houve uma câmara 3-2-2, na qual os quatro oposicionistas andaram sempre a reboque da presidência laranja. Querem repetir a triste experiência em 2021? Em 2009 o quarteto oposicionista era composto pelos agora desaparecidos IpT e pelo PS.

 

Adenda

Este meu texto é, como decerto já concluíram, uma análise previsional. “Mais uma elucubração do gajo”, na opinião dos aduladores da srª, que são sempre muito refinados.

Sendo uma tentativa de previsão, existe uma considerável margem de erro. Sobretudo agora, em tempo de covid19. Segundo a imprensa internacional de referência, todos os infectados pelo novo vírus ficam com sequelas de diversa natureza, incluindo problemas cerebrais.

Uma vez que em Tomar já se ultrapassou a barreira dos dois mil e quatrocentos infectados, sem hipótese de se saber se são eleitores habituais ou abstencionistas, cada um terá a bondade de concluir. E de não se surpreender mais tarde, lá para Setembro, com os resultados reais.

                                                         António Rebelo

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