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O Nabão, a poluição e as obras camarárias

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Opinião 

No seu mais recente comunicado, o PS-Tomar alude a críticas injustas contra eleitos e funcionários camarários. Entende-se. Somos todos muito tolerantes, mas ninguém gosta de ser criticado. Há é duas grandes categorias de cidadãos: os que não gostam, mas aceitam a crítica como coisa normal em democracia, e os totalmente alérgicos à crítica. Infelizmente, os factos indicam que os dois pilares concelhios do PS integram esta última.

Se em vez de cultivarem essa óbvia alergia, procurassem entender as razões que estão na base das sucessivas críticas, então talvez começassem a percorrer um caminho mais consentâneo com as funções para as quais foram eleitos. Lá virá o tempo? Oxalá!

Vendo friamente as coisas, é voz corrente, sobretudo fora do concelho, que a autarquia tomarense “padece de uma gestão atrapalhada, provocada por deficientes assessorias técnicas, de funcionários e profissionais liberais, a carecer de urgentes ações de atualização profissional.” Limito-me a reproduzir o que li e ouvi há pouco, por via eletrónica.

Na área dos factos, recordemos a fase de preparação das obras agora concluídas, da Nun’Álvares e da Várzea Grande. Em ambos os casos, após discussão interna e pública por imposição europeia, abundam as asneiras. Na principal entrada da cidade, há pilares frente a entradas de veículos, pistas empedradas para ciclistas e lugares de estacionamento onde mal cabem os veículos. Até a faixa de rodagem ficou mais estreita, um absurdo nos tempos que correm, a mostrar que o importante desde o início, o principal objectivo por assim dizer, era que ficasse bonito. E ficou. “Está uma bonita merda“, escreve um habitante da zona, com dificuldades para pôr o carro na sua garagem, naturalmente sob anonimato, que os tempos não estão para arriscar.

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Pior ainda ficou a Várzea grande. O que era indispensável desde o início, um parque de estacionamento com condições para os tempos que aí vêm, e instalações sanitárias dignas de uma cidade de turismo, é exactamente aquilo que ficou por fazer, uma vez concluídas as obras, que tornaram o antigo rossio da vila numa coisa “bonita”, que não sei qualificar em termos urbanos. Largo? Praça? Praceta? Logradouro? Fórum?

As instalações sanitárias, não se sabe bem porquê, foram destacadas da obra principal, que inicialmente integravam, aguardando agora novo projecto e futuro concurso público de arrematação. Entretanto, os cidadãos mais aflitos que se vão aliviar nos sanitários da Estação Rodoviária, ou da CP, se estiverem abertos, ou então nos comboios. Em casos mais urgentes há por ali uns arbustos…

Quanto ao almejado parque de estacionamento, a srª presidente tratou de difundir aos quatro ventos que conseguiu resolver o problema, ao cabo de mais de um ano. É a sua maneira de ver as coisas. Na realidade, aquilo que conseguiu, mediante aluguer à REFER, é um espaço em terra batida, tal como era antes a várzea, que não obedece às normas mínimas europeias. Não há instalações sanitárias, não há lugares marcados para idosos nem para inválidos, não há extintores, nem sequer uma adequada rede de escoamento de águas pluviais. Numa palavra, as condições actuais para automobilistas são praticamente as mesmas da Várzea grande, mas estão agora um pouco mais longe do centro da cidade e do mercado.

É isto uma boa gestão da coisa pública? Ou será antes uma gestão atrapalhada da coisa pública? Os factos aí estão. Olhem para eles, em vez de apontarem quem os expõe.

                                        António Rebelo

 

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5 comentários

  1. Melhor é se for verdade que foram negociar com a REFER um terreno para ser arrendado/ ou cedido temporariamente, quando o terreno só foi alegadamente emprestado à CP (agora REFER) na condição que o utilizassem e se não que o município o poderia reaver… que é claramente o caso, de reaver, já que não é utilizado pela REFER para fins relacionados com os comboios, e pelos visto já há rumores que poderão vir a vender os terrenos, que alegadamente pertencem ao município, a terceiros para fazer dinheiro.

    Gostava que alguém confirma-se como está o dito contrato do terreno entre o município e a CP para saber a quem de facto pertence, e se o município o pode reaver legalmente sem que a REFER tenha direito a opor-se.

    Os sanitários… costumam ser a vergonha nacional. Vou arriscar e dizer que nunca serão feitos, e se algum dia forem feitos que vão estar abertos pouco tempo e no pouco tempo que estiverem abertos não irão ter as condições mínimas para serem de facto utilizados como esperado. Já para não falar que duvido que coloquem aberturas de ar grandes em lados opostos para promover a circulação natural do ar e que por isso vai ter aqueles odores típicos de WC’s nojentos. Ou tem lá alguém permanentemente a garantir que o espaço se mantêm limpo, seguro, e com tudo o que é necessário ou não tem grande hipótese de sobreviver.

    Vamos lá ver quanto vai custar voltar a converter o espaço em frente à estação ferroviária novamente em parque de estacionamento quando os políticos mudarem e não houver outra solução se não meter aí novamente o parque de estacionamento.
    Quanto a extintores nunca vi extintores em parques de estacionamento a céu aberto, talvez existam, acredito que sim, apesar de não fazer sentido porque os extintores na maior parte dos casos não são capazes de extinguir qualquer incêndio a menos que seja utilizado literalmente nos primeiros +/- 10 segundos de ignição (e ainda assim 10 segundos já pode ser muito tempo), ou que sejam extintores especiais que não se costumam encontrar à venda nem nas lojas da especialidade.
    Sistemas de extinção de mangueira com uso de água com espuma integrada, é que é mais realista para extinguir incêndios e ainda assim só para não alastrar aos restantes veículos.

    A trapalhada da nova avenida é enfim… vergonhosa… sem falar nas alterações que vão fazer na avenida onde está o Burguer king e o Continente… é mais um prémio para a pior ideia.

  2. A sua opinião é igual a de muitos, mas acredito que por estarmos todos tao assoberbados com a atualidade nacional que pouco ou nada fazemos por Tomar. Desconfio que nas próximas autárquicas, o PS volte a ganhar, e desconfio que também será a facada final do concelho de Tomar.

  3. Concordo consigo, salvo quando escreve “por estarmos todos tão assoberbados com a atualidade nacional.” Se bem conheço os meus prezados conterrâneos, e já por cá ando há quase 80 anos, não é por causa do interesse na atualidade nacional que pouco ou nada fazem por Tomar. É por uma questão de oportunismo e conforto. De oportunismo, porque boa parte depende, de forma direta ou indireta, da câmara e convém ter o mamar doce. Se começassem a levantar problemas, lá se iam os empregos, os subsídios, as passeatas, as comezainas e outras que tais. Sabem muito bem que a actual maioria não perdoa. Quem começa a mijar fora da sanita habitual, é banido da lista de contemplados.
    De conforto, porque é muito mais agradável não pensar nas desgraças caseiras, pois bem sabem os que sabem que pensar cansa muito quem não está habituado a discorrer.
    Quando se sentem culpados, por terem votado no poder que está, como é o meu caso, há mesmo necessidade de grande controlo pessoal, para não recorrer às benzodiazepinas e outros neurolépticos. Segundo informação que considero segura, em Tomar há forte de consumo de PROZAC e sucedâneos, com tendência para aumentar. E não será decerto por mero acaso que os serviços de psiquiatria do CHMT são no hospital de Tomar.

  4. Não sei porque não defendem que a praça da república volte a ser um estacionamento, ou mesmo a corredoura. Precisamos é de ciclovias urbanas para quem pode deixar o carro em casa e quem tem dificuldade em se deslocar, ter um lugar sempre livre para estacionar. Também não foi muito feliz ouvir um elemento da câmara dizer na rádio que não acredita que a nova ciclovia venha a ter utilização, então porque se fez?

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