Através da imobiliária Global Quintas, a Quinta do Valle, situada perto de Santa Cita, Tomar, está à venda por 2 milhões de euros, conforme anúncio publicado esta semana no suplemento de economia do Expresso.
É apresentada no anúncio como uma “quinta histórica de charme com Turismo Rural”, “Casa Senhorial do séc. XVI com Capela e vários edifícios anexos”.
O núcleo principal da propriedade é delimitado por muro e portão, e acolhe a casa principal de dois pisos.
No total, a casa dispõe de sete quartos, cozinha, capela, escritório, três salas de estar e uma sala de jantar equipadas com fogões de sala e engrandecidas pelos tetos em caixotão e lambris de azulejo decorativo.
Conta ainda com despensa, copa e galeria envidraçada, apartamento T2 independente, casa secundária também de dois pisos, com quatro quartos, sala com lareira, cozinha, wc e sala de arrumos. Inclui diversos anexos à volta do pátio de entrada, complementada por jardim, com ligação a um pomar de laranjeiras e bosque de árvores centenárias.
Numa zona separada, existem antigas dependências agrícolas remodeladas para turismo rural com seis apartamentos (dois tipologia T2 e quatro tipologia T1), um salão de eventos (150 m2), duas garagens e sala para rouparia. Dispõe de painéis solares para aquecimento de águas.
Trata-se de uma propriedade convertida para Agro-Turismo e com área para a dinamização de eventos, em pleno funcionamento.
Possui ainda cavalariça e outros edifícios para renovação ou reconstrução total.
No anúncio refere-se a possibilidade de compra de mais 10 hectares.
Pois, mas não sabemos se os VaLLLe!
É que essa coisa histórica estrondosa, falta dizê-lo, está encravada entre as ruínas do que foi uma fabriqueta de manilhas e artefactos de betão e uma zona de aviários. Para além da capela onde se pode até rezar muito, as vistas, para quem quiser olhar, dão para a zona industrial do concelho, mais proximamente para uma estação de tratamento de águas residuais. E é aqui que a reza é mesmo importante, para que não calhe nos dias em que aquele “perfume” puxa mais para a oração.
A fidalguia parece estar mesmo nos finalmente. O fundos comunitários permitiram um último arzinho de restauro. Os primos, um bocado mais aCima, também tentam dar novo uso aos currais, agora enquanto turismo. Chegam a referir no portal de publicidade, a condição de Conde do proprietário. Talvez resulte.
Em dias de certas festividades lá deles, hasteiam uma bandeira monárquica a anunciar ao mundo inteiro: “Óh pa nós que somos de sangue azul!”
Penso que não chega a ser caricato. Leiam Eça de Queirós. Ou peçam a alguém que lhes explique, sei lá!
Caso então para dizer, que deverão é pagar 2 milhões a quem se dispuser a pegar naquilo para de facto viver lá ou até fazer negócio de turismo rural ou similar.