O projeto da Várzea Grande contemplava novas instalações sanitárias públicas no local onde existiam as antigas sentinas, ao lado do portão da “abegoaria”.
No entanto, até ao momento não estão a ser feitas quaisquer obras nessas instalações sanitárias.
Segundo explicou a presidente da câmara, em resposta a uma pergunta apresentada pelo vereador Luís Ramos (PSD) na última reunião do executivo, não vai ser concretizado o projeto de sanitários inicialmente previsto porque “o que estava previsto era uma coisa muito simples, que era apenas um lavar de cara dos sanitários”. Acrescentou que a solução “tem de ser uma coisa mais profunda que ficará para mais tarde”. Essa nova empreitada será autónoma e é para lançar no mais curto prazo de tempo possível, prometeu a autarca.
Para quem chega de comboio ou de autocarro, as alternativas são as casas de banho da estação ferroviária (é preciso pedir a chave na bilheteira e provar que tem bilhete de comboio) ou as do terminal da rodoviária (só abertas algumas vezes quando a estação está a funcionar).
As antigas sentinas públicas estão encerradas desde fevereiro de 2017.
Ou seja… se fica para depois, é porque não vai acontecer.
Nunca vi WC’s serem prioridade em qualquer lado, e mesmo que algum dia venham a ser feitas (duvidoso) provavelmente vão ser mantidas fechados, e se abrirem alguma vez devem estar miseráveis sem sabonetes, secadores e claro sem papel higiénico… e portas a funcionar então será impensável.
E claro para que depois não digam que não foram avisados:
WC’s construídos sem ter em vista o vandalismo que acontece em TODO o planeta, é deitar dinheiro dos contribuintes para o lixo! É criminoso. É inaceitável.
E já agora uma dica de “pro”, entradas grandes de ar em lados opostos para permitir a circulação natural de ar e promover um ar interior mais saudável… fica a dica… que parece que os WC’s são todos concebidos por idiotas, que pensam em tudo menos no que devem.
O problema dos sanitários junto dos serviços de higiene e limpeza da autarquia é duplo.
Por um lado, os autarcas PS mandaram encerrar aquelas sentinas públicas, sem indicar qualquer alternativa, ou dar qualquer explicação. Temos assim que, em Coimbra por exemplo, há sanitários públicos municipais, limpos porque têm guardas. Já em Tomar, ou porque a autarquia não tem recursos para contratar guardas de sentinas, uma vez que gasta demasiado com festas e outras folganças; ou porque ninguém em Tomar quer ser empregado municipal nos sanitários públicos, pouco a pouco vão fechando os raros que ainda existem.
Por outro lado, como bem mostra a foto do TNR, a obra de recuperação das sentinas públicas com décadas de existência, estava incluída na empreitada da Várzea grande, que foi posta a concurso. Até lá está (ver mais acima, no início da notícia) uma ilustração a mostrar como iam ficar os novos sanitários. Veio agora a srª presidente anunciar que afinal a câmara resolveu mandar fazer um novo projecto e abrir novo concurso para renovação dos referidos sanitários. Sem dizer quando.
Do que se trata afinal é de mais uma liberalidade disfarçada para com a empresa executora das obras da Várzea grande. Assim dispensada de realizar as previstas obras de remodelação, mete ao bolso mais umas centenas de milhares de euros, proveniente de materiais não comprados, de mão de obra não paga, e assim. O que vai decerto facultar mais tarde outros acertos de contas entre todos os intervenientes.
Entretanto os anteriores utilizadores daqueles sanitários, entre os quais os ciganos os Flecheiro, que se vão aliviando conforme puderem. Enquanto aguardam que lhes distribuam casas com duas casas de banho.
É como constava daquele anúncio num semanário local, aqui há uns bons anos: “Vende-se propriedade com duas casas de banho”. O que levou um leitor mais atento a indagar por telefone: “É para agricultor com diarreia crónica?”