Cultura

Livro “A Tentação do Mar” apresentado no Entroncamento

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O mar sempre foi uma tentação para Portugal. Foi nele que encontrou a sua grandeza, a sua extensão e talvez até a sua missão como nação ímpar entre todas as nacionalidades. Foi a gesta heroica dos Descobrimentos Portugueses no século XV e posteriormente, depois a saga muito diferente, mas não menos corajosa, dos pescadores de todo o país por mares frios e remotos no Atlântico Norte. Eram pescadores muito pobres, que partiam todos os anos para a pesca do bacalhau durante cinco meses longe de casa, e em condições de uma dureza extrema para que no lar não faltasse nem o pão nem o conduto para a mulher e para os filhos. E há ainda, por fim, o caso da extensão da Plataforma Continental de Portugal, que nos tornará previsivelmente num país de enorme tamanho (considerando também a plataforma marítima), entre os maiores de todo o mundo, e para a qual o país já está a preparar-se devidamente. Foi a temática do mar que esteve em balanço ao fim da tarde do feriado de 1 de dezembro, na apresentação do novo livro A Tentação do Mar, de Manuel Fernandes Vicente, no Cineteatro São João, no Entroncamento, um espaço que quase lotou com um público constituído por convidados para a participação no evento. Na mesa da apresentação, e para além do autor, estiveram o presidente da Câmara Municipal do Entroncamento, Jorge Faria; o editor da obra, António Vieira da Silva; os professores de Língua Portuguesa Maria José Ventura e José Manuel Ventura; a professora Lurdes Pires Marques, autora do prefácio; e o historiador e investigador cultural António Matias Coelho.

Depois de Vieira da Silva ter feito algumas considerações relativamente à produção do livro e à atividade editorial da sua empresa, Jorge Faria observou diversas referências à escrita e à persistência e capacidade do autor, considerando também a relevância e a atualidade do mar em matéria das prioridades políticas para Portugal. Maria José Ventura e José Ventura abordaram e analisaram vários trechos de A Tentação do Mar, lendo Maria José e cinco alunos da escola secundária da cidade alguns deles. António Matias Coelho passou em revista a história de sete livros de Manuel Fernandes Vicente, vendo neste A Tentação do Mar o complemento natural do livro de 2019 O Vento das Sete Serras, e detendo-se depois não só na qualidade da escrita presente no livro, como também na magia da capa, alusiva à capela do Senhor da Pedra, um templo invulgar rente ao mar, no concelho de Gaia. Lurdes Pires Marques, confessou ter de se obrigar a revisitar alguns sítios referenciados em A Tentação do Mar para os ver com novos olhos depois de ler o livro. A autora do prefácio que, como os outros intervenientes, prendeu bastante a atenção dos convidados, falou do rigor e do método da obra e de um escritor que “adora o passado, sem ser saudosista, entende-o como alicerce do presente e do futuro”.

Manuel Fernandes Vicente, que acompanhou a sua intervenção com imagens referentes a conteúdos do livro, notou a importância histórica do Oceano para os Portugueses, sublinhando a diversidade de formas e de diálogos tão diferentes com que as populações ao longo da costa falaram com o mar. Foram relações inteligentes e até capazes de culturas locais próprias e marcantes, como os casos do sargaço, da pesca da sardinha e da apanha de percebes, entre muitas outras. O livro é de pequenas e grandes histórias, e nelas cabem também as de vida de pessoas que fizeram (e fazem) das que lhes coube, sagas que valerá a pena ler. Acabou por agradecer a todos os que permitiram tornar A Tentação do Mar um livro vivo e bem atual: à editora e aos entrevistados, aos patrocinadores e a todos os amigos presentes para testemunhar o nascimento da nova obra.

A mesa da apresentacao do livro

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