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Eh pá, não roubem os cartazes, sff

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Tinha eu para aí uns dez anos, estava na Nazaré, quando vi um cartaz muito giro da campanha “Há mar e mar, há ir e voltar” colado num placard da Capitania. Vai daí, comecei a descolá-lo para o pifar.
Estava eu nisto quando chega um cabo do mar e me pergunta:
— Queres um cartaz desses?
— Sim…
— Então espera aí que eu já to trago.
Fiquei à rasca, a bem dizer os cabos do mar tinham farda como a polícia e entretanto aparece o meu pai.
— Então?
— Estava a arrancar este cartaz e veio o cabo do mar e disse para eu esperar que já me trazia um. Não é melhor a gente pirar-se?
— Não. Deixa lá ver o que é que acontece.
Logo de seguida vem o cabo do mar com seis cartazes diferentes, todos giros:
— Toma lá a coleção completa. Este do placard fica aqui para anunciar a toda a gente que é preciso cuidado com o mar.
O meu pai piscou-me o olho e disse:
— Correu bem, hein?
E isto a propósito de andarem a roubar o cartaz de “A Menina Inês Pereira” afixado na Corredoura, no edifício ao lado do da Havaneza, onde é a sede do Fatias de Cá, para anunciar o espetáculo que se vai fazer em 24 e 25 de março, pelo casco histórico de Tomar, dedicado aos alunos dos 9º e 10º anos, que têm de dar Gil Vicente em Português e que, se forem como eu era na idade deles, não lhe acham pilhéria nenhuma e, esperamos nós, se o virem ao vivo e a cores, pode ser que achem graça. Pode ser, não. Acham graça de certeza.
Eu sei que o cartaz é muito giro, com a Gioconda a fazer um sorriso malandreco, mas dá um mau jeito do caraças andar a mandar imprimi-lo e colá-lo na placa e afixá-lo de cada vez que uma pessoa com bom gosto lhe dá na veneta pifá-lo.
Façamos como o cabo do mar: quem quiser o cartaz, peça-o para  que teremos todo o gosto em enviar a imagem em pdf.
Depois, é só dar um pulinho à White Details, ali ao lado da Casa do Benfica e pagar a impressão.
Combinado?
Carlos Carvalheiro

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1 comentário

  1. Boa intervenção, Carlos. Aliás, de ti não seria de esperar outra coisa. Para além da resiliência que tens demonstrado ao longo dos anos, em território algo hostil como é esta terra, és possuidor de educação cívica e cultura que faz de ti uma excepção à mediocridade que por cá campeia.
    Bem hajas e longa vida para o Fatias.

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