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Afinal, o que é o Cortejo do Mordomo? (c/ fotos)

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Do programa da Festa dos Tabuleiros faz parte o chamado Cortejo do Mordomo que decorreu nesta sexta feira, dia 7, pelas ruas da cidade. Mas afinal do que consta e qual o seu significado?

O Cortejo do Mordomo simboliza a entrada na cidade dos bois do sacrifício que, no passado, viriam a ser abatidos para distribuição da carne durante a segunda feira após o cortejo.

Antigamente chamava-se Cortejo dos Bois do Espírito Santo; hoje baseia-se num cortejo de cavaleiros, charretes e carroças, os elementos das comissões, a banda filarmónica, os gaiteiros e as parelhas de bois.

Segundo Carlos Trincão, investigador e autor de vários livros sobre a festa e sobre Tomar, o cortejo do mordomo como hoje o conhecemos surgiu apenas em meados dos anos 60.

Em entrevista ao mediotejo.net, Carlos Trincão explica em que é que consiste o atual cortejo do mordomo:

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“Aquilo que é hoje o Cortejo do Mordomo, que acontece desde 1966, antigamente era o Cortejo dos Bois do Espírito Santo. Era o mordomo que continuava a ser a pessoa encarregue do bodo, embora na altura o bodo já passasse a ser mais simbólico. E como é que esse bodo era simbólico? Ele ia à feira de Santa Cita, comprava as reses que iam ser abatidas no final da festa e a carne distribuída a toda a gente. Então, quando o mordomo ou juiz comprava os bois, iniciava-se um cortejo à entrada sul de Tomar e percorria o máximo de ruas possível, porque ao mostrar-se os bois do Espírito Santo, estava a dizer-se à cidade que ia haver festa. Enquanto os bois não passassem não havia festa, porque a festa era a oferta, mas era também depois o bodo, ou seja, a distribuição da carne. Portanto, como isso tudo desapareceu, as reses hoje não são compradas, são emprestadas, não matamos os bois. Compra-se a carne nos talhos para depois distribuir. O que é que se fez? Aliou-se o simbolismo da procissão dos bois às boas vaidades: Tomar sempre foi uma terra de cavalos também, portanto, quem tinha cavalos e charretes, que são coisas que dão nas vistas, e vestidos com os trajes ribatejanos, foram integrados no cortejo dos bois do Espírito Santo. Como já não era só o cortejo dos bois porque estes não iam ser abatidos, passou a ser também o cortejo da apresentação pública do Mordomo. As pessoas estão fartas de saber quem é o mordomo, porque até foram elas que o elegeram, mas digamos que apesar de o mordomo já ter saído em primeira instância na Procissão das Coroas no domingo de Páscoa e depois em todas as outras, passou a ser o Cortejo do Mordomo porque é na prática uma espécie de apresentação formal do mordomo à população, porque até aí ele nunca é apresentado”.
















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